Usinas Hidrelétricas: quais são os cuidados inerentes a elas para garantir o melhor funcionamento possível, além de prezar pela segurança da comunidade e do meio ambiente?

Com o excesso de chuva em algumas épocas do ano, além de outros fatores, como a poluição e a falta de medidas de contenção, as inundações passaram a se tornar uma preocupação cada vez maior. Além disso, quem trabalha diretamente com questões que envolvem os níveis dos rios, precisa compreender o que pode ser feito para que seus impactos diminuam, além de investir em boas maneiras de se preparar para lidar com eles. 

Para esclarecer mais sobre esse relevante tema, a equipe da Fractal conversou com profissionais que passaram por essas situações para compreender o que é importante levar em conta, além de entender quais são as medidas necessárias para lidar com as inundações.

O que acha de compreender mais sobre o assunto e também qual a melhor forma de evitar esses problemas? Nosso intuito é te ajudar a esclarecer tudo sobre o tema. Continue aqui. 

Boa leitura!

HIDRELÉTRICAS EM FAVOR DA QUALIDADE DAS ÁGUAS:

A Agência Nacional de Águas (ANA) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estabeleceram condições e procedimentos a serem cumpridos pelas usinas hidrelétricas, a partir da criação da Resolução Conjunta de 10 de agosto de 2010, que tem como objetivo principal ampliar o monitoramento de todos os Recursos Hídricos no Brasil. Com a instalação dessa nova resolução, passou a ser exigido o monitoramento do nível de sedimentação dos lagos e a qualidade da água utilizada nos procedimentos hidrelétricos, além da fiscalização dos demais parâmetros que já eram exigidos anteriormente também. 

De acordo com a Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica da ANA, o Governo Federal pretende melhorar o controle e a disponibilidade dos recursos hídricos no Brasil, ampliar o conhecimento da quantidade e qualidade dos corpos hídricos e fornecer dados mais atualizados para a sociedade. Ou seja, o controle será visto como  necessário. 

O QUE É MONITORAMENTO HIDROLÓGICO?

O Monitoramento Hidrológico é o serviço responsável pelo tratamento, coleta, armazenamento e gerenciamento de dados sobre as condições atmosféricas que resultam no volume de chuvas e na vazão de rios. Este trabalho é realizado em estações pluviométricas, fluviométricas e meteorológicas, que utilizam as informações coletadas para elaborar planos de gestão dos recursos hídricos nas cidades. O monitoramento hidrológico trabalha com dados de análise sobre a transferência de água e energia na superfície terrestre e na atmosfera. Com isso, é possível compreender profundamente o ciclo da água, a dinâmica dos processos úmidos, as precipitações e fenômenos atmosféricos e outros aspectos meteorológicos que influenciam no dia a dia da sociedade.

É importante ter em mente que o gerenciamento dos recursos hídricos e o monitoramento hidrológico é fundamental para a prevenção de catástrofes em períodos de muita chuva, além de ser imprescindível para que seja feita uma previsão do volume de água que chegará aos reservatórios das hidrelétricas. No caso das Usinas Hidrelétricas, podemos compreender que isso é importante, porque, uma vez que esta usina recebe um grande volume de água, o monitoramento dos rios e do clima na região possibilita o melhor aproveitamento possível dos recursos hídricos para toda a geração de energia elétrica.

Portanto, a partir disso, criamos uma forma de previsão moderna e fundamental para o auxílio de todos os empreendedores do setor de Usinas Hidrelétricas. Vamos entendê-lo! 

➜ SPEHC: SISTEMA DE PREVISÃO DE EVENTOS HIDROLÓGICOS CRÍTICOS

O Sistema de Previsão de Eventos Hidrológicos Críticos (SPEHC) é uma ferramenta que possibilita prever, em tempo real, vazão e níveis de água em rios com dias ou até meses de antecedência. Entre os seus benefícios, podemos citar o auxílio nas tomadas de decisões, além da mitigação de prejuízos e danos causados por eventos hidrológicos críticos, como é o caso das inundações, que é o tema que estamos abordando no decorrer deste artigo.

CASE DA FRACTAL:

Para te ajudar a compreender mais sobre a relevância de abordar e se preocupar com as INUNDAÇÕES, conversamos com Frederico, Coordenador de Monitoramento e Alertas, Oceanógrafo, Mestre em Geografia e especializado em Assessoramento Remoto. Ele contou um pouco mais sobre suas experiências dentro e fora da Fractal para lidar com inundações.

QUAL ERA O PROBLEMA QUE TE MOTIVOU CONSIDERAR A FRACTAL? COMO ERA A VIDA ANTES DA FRACTAL? O QUE VOCÊ USAVA ANTES? PERDIA TEMPO OU DINHEIRO? ONDE?

Antes do SPEHC, acompanhávamos o monitoramento do nível dos rios, mas toda a parte de cálculo de projeções até onde as enchentes chegariam. Tínhamos que fazer um monte de cálculos de tendência em planilhas de excel, taxa de subida do nível do Rio, até onde poderia chegar. Eram cálculos muito precários para fazer uma projeção mais adequada. Conseguíamos apenas fazer previsão de poucas horas e não de dias. Também operamos três barragens e sempre foi importante fazer previsão de cheia para a população. Outro problema era: quais são os critérios técnicos para operar as barragens? Equipe limitada, uma das pessoas na operação era inclusive o secretário adjunto da Defesa Civil. Estávamos sempre acompanhando o que estava chovendo na bacia pelo radar – uma bacia grande – e como faríamos toda a logística das barragens. De abertura das comportas. Havia uma cobrança muito grande por parte da população, quando abririam e fechariam as comportas, se este timing estava correto ou não. Não tínhamos um serviço dedicado para isso. A contratação principalmente dos critérios de operação das barragens foi muito importante, pois simplificou muito os critérios de operação. Usamos basicamente 3 sessões de controle e acompanhamos as previsões de 24 horas. Consolidamos isso dentro do manual de operação das barragens e compartilhamos com todas as Defesas Civis do Vale do Itajaí.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES QUE VOCÊ UTILIZA NO SEU DIA A DIA?

Hoje usamos mais o acompanhamento da situação das bacias. Antes ficávamos somente no Rios On-line. Hoje está sendo implementada a ferramenta de visualização situacional e a vantagem do SPEHC é que ele pega não só estações da EPAGRI ou da ANA. Temos autonomia para inserir outras redes. A Fractal está usando os dados de radar também. Funcionalidade bem importante. Além do painel de acompanhamento de segurança das barragens. Outra função usada também atualmente são os boletins, que são consultados diariamente pela gerência de hidrologia.

Esse é apenas um retrato do quanto é importante investir em ferramentas capazes de prevenir as inundações. Na semana que vem vamos compartilhar mais sobre o Case de Sucesso da Defesa Civil. Acompanhe os nossos artigos no site da Fractal clicando aqui.