Sabendo que o Brasil tem dimensões continentais e que isso provoca uma grande sazonalização na nossa disponibilidade de água, quem atua no mercado de energia deve buscar desenvolver suas estratégias de produção e precificação com base em informações hidrológicas de qualidade.  

O principal risco hidrológico em um país que tem mais de 60% da sua matriz energética baseada na geração hidrelétrica, é não haver água suficiente para garantir o suprimento de eletricidade. 

Mas isso não parecia ser um problema para o sistema elétrico brasileiro. 

Até pouco tempo atrás, a construção de hidrelétricas com grandes reservatórios e interconectadas por um sistema nacional fazia com que esse risco fosse apenas uma possibilidade remota. 

Contudo, com o passar dos anos, o aumento constante no consumo de energia e as dificuldades de ampliação da reserva hídrica fez com que a capacidade de regularização dos reservatórios reduzisse gradativamente.

O aumento na ocorrência de estiagens em diversas regiões do país tem contribuído para que o impacto financeiro da exposição ao risco hidrológico torne-se algo cada vez mais concreto e crucial para a operação no setor hidrelétrico.

A questão do GSF

Para operar normalmente, uma usina hidrelétrica depende basicamente da força da água do rio onde está instalada. 

Como a vazão dos rios depende muito da sazonalidade climática e do volume de chuvas, isso faz com que as hidrelétricas não consigam operar em sua máxima capacidade o tempo todo.

Diante dessa situação, e para assegurar que o fornecimento contemple a todos, a lei brasileira exige que os contratos do setor elétrico sejam firmados com base na garantia física da usina, ou seja, a quantidade de energia mínima que ela pode gerar e fornecer durante um certo período. 

A garantia física é mensurada por meio de simulações da operação, utilizando séries sintéticas de energia afluente, conforme metodologia aprovada pela ANEEL. 

A relação entre o volume de energia que é gerado por uma usina e sua garantia física é utilizada para calcular o GSF (Generation Scaling Factor), que é o índice utilizado para medir o risco hidrológico na geração de energia hidroelétrica. 

Se o valor resultante dessa relação for inferior a 1, isso significa que a usina está gerando abaixo de sua garantia física. 

Sendo assim, ela pode precisar recorrer à compra de energia no curto prazo para honrar seus contratos de fornecimento.

Mecanismo de Realocação de Energia (MRE)

Diante da grande variação climática no território brasileiro, foi criado o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) para possibilitar a transferência de energia de uma usina que gerou acima da sua garantia física para outra que gerou abaixo.

O cálculo do risco hidrológico nacional vai considerar a soma das garantias físicas das usinas que compõem o MRE e a energia que foi realmente gerada por elas. 

Caso esse volume de geração seja menor do que a garantia física (GSF inferior a 1) as hidrelétricas têm que pagar a diferença.

Atualmente, as estratégias de contratação das geradoras têm como base as expectativas de variação do GSF ao longo do tempo.

É aí que chegamos na importância de obter informações hidrológicas precisas e confiáveis, para poder prever as condições climáticas que influenciarão a vazão e o volume de água disponível nas bacias.

A importância das previsões hidrológicas

Nos últimos anos, o impacto das estiagens têm afetado de forma significativa a geração e a comercialização de energia no Brasil. 

Por isso, entender por quanto tempo uma estiagem pode durar e afetar a disponibilidade hídrica de uma região é essencial para o planejamento dos proprietários de usinas.

E a melhor maneira de obter essas informações estratégicas é utilizando modelos de previsão meteorológica acoplados a modelos hidrológicos.

É exatamente isso que a Fractal oferece aos empreendedores do setor hidrelétrico.

Especializada em soluções de engenharia hídrica, a empresa desenvolveu o Sistema de Previsão de Eventos Hidrológicos Críticos (SPEHC), uma plataforma web que permite antecipar os comportamentos atuais e futuros de disponibilidade hídrica em todo o Brasil.

Por meio de previsões de curto, médio e longo prazo, os geradores podem entender quais são as perspectivas de disponibilidade hídrica para a sua região e, com isso, definir melhores estratégias para a comercialização de energia.

Além dos resultados do seu modelo de previsão chuva-vazão, o SPEHC integra outras análises hidráulicas, como manchas de inundações na exutória das bacias e em pontos de interesse específico, além de estudos hipotéticos de rompimento de barragens.

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